quinta-feira, 17 de julho de 2008

Matrix

se em algum mísero instante você puder contemplar o quão exatamente todos os valores que o rodeiam são infinitamente artificiais, então experimentará a divina percepção da mediocridade de tudo, da total ausência de sentido em quaisquer metáforas e da necessidade visceral de ser selvagemente abatido por algo de real: sua mente enfim será libertada e, ainda que encarcerado fisicamente, você será o mais feliz dos mortais ao distinguir-se completamente do todo e ao fazer-se capaz de orientar todos os seus esforços pra vivenciar os únicos momentos sinceros de toda a sua vida, fim último da existência.

5 comentários:

Nah disse...

Um dia eu chego lá...acho...hahahahah

Saudades queridoooo!!!!


Beijão

A. disse...

isso aí chama-se 'maconha'

Caio disse...

bem à Pietro esse comentário, André!

Ju disse...

Eu já contemplei esse instante algumas vezes, mas não consigo me desgarrar do hábito de ser igual e de me perder no vão das necessidades e obrigações cotidianas. Ainda falta algo pra eu me libertar de vez...
Adorei o texto. E, se não se importa, postarei em meu blog, para que eu possa me lembrar disso mais frequentemente.
Abraço, Juliana.

Estrella disse...

Entendo que, por mais absurdo que à primeira vista pareça, nosso esforços (ao menos o meu) se concentram em sair, todos os dias, dos valores artificiais, nem que seja um pouquinho... e abrir a mente pro que realmente somos e qual nossa finalidade, sem apelar para alguma explicação dogmática precedente a resposta telológica, que ao contrario do que dizem, nao no liberta e sim nos aprisiona. Belo texto.
Abraço do Xará Distante.