terça-feira, 29 de abril de 2008

Falsos imediatismos


ei, volta
aonde vai?
por que tão rapidamente
assim, de repente
você me sai?
me ouve, não corre
presta atenção e não foge
me escuta, me entende, senta, sossega
desafoba, não tenha tanta pressa...

só o amor é urgente!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O vento não pára. Não pára, não. Não pára...


vento estacionário
dos dias amenos
que levanta a poeira dos momentos vividos
que revolve os sonhos esquecidos
em pedaços perdidos.
justificai-me:
o que é este presente?

vento que vem
que assovia no calor
refresca a mente
acaricia-me a pele
e varre as folhas gastas.
revelai-me:
o que será do futuro?

vento que vai
que sopra no inverno
traz névoa a meus olhos
congela o silêncio
e maltrata os ossos.
respondei-me:
o que houve ao passado?

vento que vai e vem
sendo leve brisa
ou ventania
desvendai os mistérios do tempo!
diz-me, de uma, todas por vez
para onde levas?
para mim?

vento que vai e não mais vem
explicai-me:
por que não me conformo em esperar
e não me deixar levar
em ter que suportar ouvi-lo passar
e nascer de novo
limpar a casa, os cantos da alma
aguardando que um novo vento virá?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Alternativa


tire as máscaras antes de entrar
aja duas vezes sem pensar
ponha o carro na frente dos bois
pois os últimos serão sempre os últimos
e tempo é vivência

recordar é pausar a vida
e ter a consciência limpa não é ter memória fraca.
a última impressão é a que fica.
beba muita cachaça
esqueça-se depressa de mim

vá pelo sol
não pise no cimento
fale com estranhos
mas o dinheiro não fala todas as línguas
e o futuro a você pertence

faça o que faço e não o que digo:
em terra de cego quem tem um olho é apredrejado.
fuja do anti-convencional